terça-feira, 6 de abril de 2010

São Paulo - Era da Floresta 1930 a 1935

O outro Tricolor
O São Paulo que conhecemos hoje nasceu em 1935. Antes dele, porém, houve o Paulistano, a A.A. Palmeiras, além do São Paulo da Floresta.

No princípio era o Paulistano, e o própio hino atual São Paulo Futebol Clube confirma essa estreita relação entre os dois clubes quando diz: "Trazes glórias luminosas do Paulistano imortal". E que glórias eram aquelas! Onze vezes campeão paulista, o Paulistano, time de Athur Friedenreich ­­­­­­- o Pelé das primeiras décadas do século 20 -, havia sido um dos pioneiros na introdução do futebol no Brasil e o primeiro clube do país a excusionar pela Europa, em 1925, voltando com um saldo de nove vitórias e apenas uma derrota.
Havia também a Associação Atlética Palmeiras, cujo estádio, a Floresta, passou para o primeiro São Paulo, que não por acaso teve aquele campo incorporado à sua própia denominação. Uma vez mais, o hino tricolor pode ser evocado como testemunha: "...da Floresta também trazes um brilho tradicional".
Se o Corinthians é Corinthians desde sempre e o Palmeiras trata-se de um extensão clara do Palestra Itália (apenas com outro nome), no caso do São Paulo as coisas não são tão simples assim. É claro que, na época da fundação do São Paulo da Floresta, houve uma transferência direta dos torcedores do Paulistano e da A.A. Palmeiras, "orfãos" de seus times assim que os departamentos de futebol de ambos fecharam suas portas. No entanto, o que ocorreu naquele início de 1930 não foi propiamente um fusão, mas, sim, uma iniciativa individual dos 60 sócios do Paulistano. Até porque, ao contrário da Associação Athlética Palmeiras, o Clube Athlético Paulistano continou (e continua) existindo como clube social.
Já a relação entre o atual São Paulo Futebol Clube e o chamado São Paulo da Floresta, criado por aqueles simpatizantes do Paulistano e da A.A. Palmeiras e extinto em 1935, é um pouco mais complicada. Para começo de conversa, os dois clubes tinham o mesmo nome, as mesmas cores, o mesmo uniforme e até o mesmíssimo escudo, o que, em tese, daria ao atual São Paulo Futebol Clube o direito de reivindicar para si o título de campeão paulista de 1931. Nada mais justo diante das evidências. Essa confusão só existe porque um brecha na lei da época permitiu que se criasse essa nova pessoa jurídica como uma espécia de "clone" de seu falecido antecessor, embora tenha ocorrido uma fusão entre aquele e o Clube da Regatas Tietê, que decidiria acabar com o seu departamento de futebol.

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